terça-feira, 4 de maio de 2010

Primeiro dia do Caminho de Santiago de Compostela

Estou sentado neste momento no balcao da recepçao do albergue em Estella usando a internet. Comecei o caminho para Santiago de Compostela, digamos, oficialmente ontem. Mas na verdade se diz que o caminho começa na soleira da sua porta. O frio e a garoa nao cessam, nunca senti um vento tao forte ao ponto de deslocar a bicicleta para o lado e dificultar pedaladas a frente.
Ontem foram 65km de Rocesvalle até La puente de la Reina. Um dia muitissimo dificil. Pelas condiçoes do tempo, mas pela inocencia de que podia fazer o caminho peatonal para o Alto de los Perdones de bicicleta. Foi uma provaçao e tanto. O barro é grudento e se mistura com pedras que travam a roda, sem falar que é tao forte a subida que tive que empurrar varios quilometros. Numa parte onde o vento é muito, mas muito forte mesmo andava de meio em meio metro pois tinha que tirar o barro da roda Gelado, molhado e só via uma grande subida na minha frente. Desafio que nunca havia imaginado. Quando estava quase chegando ao topo, pra dificultar mais o pneu da frente furou. Nao acreditei. No topo achei que poderia descer com a roda daquele jeito mesmo mas o retorno seria igual, pedras e lama, outro martírio. Entao nao tive escolha se nao trocar a roda debaixo de chuva, frio e vento, muito vento. Pra se ter uma ideia, o vento no topo é tao forte que eles instalaram moinhos para produçao de energia eólica.
Fiz algo que só sabia na teoria, por isso foi bem atrapalhado e dificil ter que trocar um pneu. Depois de muita dificuldade de encontrar o furo, pois o vento nao deixava e nao tinha agua pra fazer teste das bolhinhas. Enchi a camera e o buraco se expandiu e pude acha o minusculo problema. Buraco tapado, e bicicleta montada, parece que do céu para um carro e sai um senhor com a filha perguntando se precisava de ajuda. Disse que precisava de um outro caminho e ele nao so me orientou mas me escoltou até a saida pela estrada, foram os 8km mais frios que passei. Chegando a La puente de la Reina, encontrei duas noroeguesas que precisavam achar um albergue mas nao falavam espanhol. Fui um pouco interprete e resolvi acompanha-las até o albergue indicado pelo senhor espanhol que dizia ter sido casado com uma brasileira que o deixou. Bem, chegando no albergue, melhor do que esperava, pouca gente e grande as instalaçoes e ainda por cima encontro meus amigos italianos e hondurenho que ja haviam chegado, todos juntos estavam muito felizes por terem se encontrado e junto com as novas companheiras de caminho tomamos vinho e desmaiamos dentro de sacos de dormir.

2 comentários:

  1. Ae, Azedo.
    CAra agora sim ta ficando legal essa "novela". rs. To acompanhando todos os dias as suas postagens e to torcendo muito pra vc conseguir fazer todos os percursos q vc desejar e , principalmente, q todos sejam tretas MUITO tretas de fazer. Assim vc terá muito oq contar para nós. Boa sorte brother.

    abs eduardo Mojzka

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  2. Ai, ai, aaaai, não li:
    "Estou bebendo bastante água"! rs

    Mas é sério... se cuida, amado!

    Beijo.

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